Na sexta-feira passada (7), o volume de água armazenado no Sistema Cantareira alcançou mais um recorde negativo, ficando, pela primeira vez, abaixo dos 14%. Esse é o nível mais crítico desde que o sistema foi criado, na década de 1970. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nem a previsão de chuva para a semana seguinte será suficiente para melhorar a situação do Cantareira.
“Essa chuva ajuda a diminuir a evaporação, mas não deve resolver o problema”, avaliou Helena Balbino, meteorologista do Inmet. Ela explicou que a precipitação ocorrerá com a chegada de uma frente fria vinda do Uruguai em direção ao Oceano Atlântico. Ao encontrar um canal de umidade proveniente da Amazônia, ocorrem as chuvas. Helena esclarece que o outono e o inverno são estações tradicionalmente mais secas.
Para o diretor executivo da Encom Energia, Paulo Baiocchi, a crise no setor hidrelétrico é um sinal evidente de que o Brasil precisa investir em alternativas para a geração de energia. “Podemos combinar nossas fontes naturais com as fontes renováveis e reduzir o impacto sobre o meio ambiente por meio de projetos economicamente viáveis, que nos deixem menos expostos às intempéries da natureza. Existem alternativas excelentes no mercado, como a energia fotovoltaica, e precisamos agir com inteligência para explorar suas potencialidades”, analisa.