Encom Energia

Os melhores catalizadores de energia solar não são os painéis desenvolvidos em laboratório.

Se você pensa que os melhores sistemas de captação de energia são desenvolvidos dentro dos laboratórios, está enganado. As células solares mais avançadas não são as estruturas fotovoltaicas e painéis solares criados pelos cientistas. Na verdade, o sistema com maior eficiência de conversão de energia está nas plantas, que usam o simples mecanismo da fotossíntese para transformar água, gás carbônico e luz solar em alimento.

A análise dessa perfeição natural levou um grupo de cientistas a desenvolver uma pesquisa que usa proteínas vegetais para gerar elétrons a partir da luz. Se der certo, a ideia vai revolucionar a geração de energia e pode multiplicar a eficiência obtida hoje com painéis solares.

No estudo, os cientistas combinaram uma folha de espinafre com nanotubos de carbono, para formar um sistema híbrido. Enquanto a matéria natural fazia o trabalho de liberar elétrons, o elemento artificial captava as partículas para gerar eletricidade.

“Desenvolvemos uma forma de interromper a fotossíntese e, assim, podemos capturar os elétrons antes que a planta os use para fazer açúcares”, explica Ramaraja Ramasamy, professor da Escola de Engenharia da Universidade da Geórgia, nos EUA.

A pesquisa parece complexa, mas as diretrizes são simples de entender. Basicamente, os elétrons usados para formar a corrente elétrica são originados na quebra dos átomos de hidrogênio e de gás carbônico absorvidos pela planta.

Segundo o professor do Núcleo de Educação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB), doutor Paulo Salles, o gás carbônico e a água que estão na atmosfera liberam oxigênio suficiente para, numa interação com os elétrons do hidrogênio, gerarem glicose.

“Esse é o modelo básico da fotossíntese. Eles (os pesquisadores) estão pegando esse meio em que a clorofila gera elétrons em movimento e desviando as partículas para um gerador de energia”, explica.

A carga obtida ainda não é suficiente para alimentar uma residência, mas é cerca de 10 vezes maior que os resultados obtidos em outros experimentos. Portanto, os dados são animadores e a investigação deve continuar.

Vale lembrar que, enquanto uma célula fotovoltaica artificial comum consegue converter entre 17% e 20% da luz solar que incide sobre ela, uma planta pode operar a uma eficiência de 100%

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Fale Conosco AGORA!