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Brasil precisa investir R$ 760 bilhões nos próximos 10 anos para superar déficit habitacional

Nos próximos dez anos, o País precisará investir R$ 760,6 bilhões – ou R$ 76,60 bilhões ao ano – para a construção de habitações de interesse social, considerando uma atualização do valor médio das moradias para R$ 68.134,62. Os dados foram divulgados em estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentado nesta segunda-feira (13) por Ana Maria Castelo, economista e coordenadora de projetos da construção na FGV, durante workshop sobre políticas habitacionais na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

Com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o levantamento mostra que houve redução de 8% do déficit habitacional entre 2009 e 2013, passando de 5,7 milhões para 5,2 milhões de moradias. E diante do déficit de cinco milhões estimado para 2014, de acordo com o estudo, o país terá o desafio de proporcionar habitações adequadas para mais de 20 milhões de famílias até 2024, mesmo ano em que estima-se que o Brasil tenha 16,8 milhões de novas famílias, sendo 10 milhões com renda familiar entre um e três salários mínimos. Para chegar a esse número, o estudo considerou os dados de 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que apontou a existência de 68,4 milhões de famílias no país.

Se o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) atender pelo menos 51% dessas famílias, haverá a necessidade de construção de 11,2 milhões de moradias, o equivalente a 1,1 milhão por ano. Por isso, a coordenadora do estudo, Ana Maria Castelo, defende que o programa se torne permanente, independente de quem esteja a frente do Governo Federal nos próximos anos.

Dentre as propostas para aperfeiçoamento, a pesquisadora ressalta que é preciso equacionar o preço dos terrenos, estimular a contrapartida dos estados e municípios, estimular a produtividade das construtoras, e criar mecanismos eficazes de coordenação entre os agentes envolvidos, com avanços na racionalização burocrática.

Entre os impactos considerados positivos do MCMV na economia brasileira, os investimentos relacionados ao programa abriram 1,2 milhões de postos de trabalho e geraram mais de R$ 17 bilhões em tributos arrecadados diretamente da construção. A importância do programa foi medida por uma pesquisa, também da FGV, realizada junto às construtoras, em que 93% das consultadas consideram o MCMV importante.

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